Voltamos hoje aos clássicos, com um fofíssimo personagem que apareceu pela primeira vez em 1958, no livro escrito pelo inglês Michael Bond. Vindo do “longínquo” Peru num bote salva-vidas, com uma mala velha a tiracolo, um chapéu esquisito e um pote de geleia de laranja pelo qual é absolutamento apaixonado, o urso Paddington logo conquistou fãs no mundo inteiro. Mais de vinte volumes de aventuras foram escritos desde então, fora as edições comemorativas – sendo o mais recente deles publicado este ano, Paddington Goes For Gold. Michael Bond, do alto de seus oitenta e seis anos, continua firme e forte, muito obrigado. Mas, infelizmente para nós brasileiros, apenas o primeiro volume foi traduzido para o português. Um baita atraso. Enfim. 

O jeito é nos concentrarmos na alegria que o ursinho Paddington traz para todos os que estão ao seu redor. Devaneando sobre a aventura de sua travessia, o urso é abordado na estação de trem Paddington pelo abismado casal Brown, que espera a vinda da filha Judy de um internato. Ele lhes conta sobre a tia Lucy, que fora recentemente para um asilo de ursos aposentados e recomendara que o sobrinho viajasse e conhecesse o mundo. Enternecida com a situação do urso clandestino, a senhora Brown convence o marido a dar abrigo ao pequenino. Chamam-no de Paddington, como a estação. E é assim que a confusão e a diversão entram para a família Brown. 

Gentil, inocente e com um carisma nas alturas, Paddington conquista a todos em seu novo lar, inclusive a governanta senhora Bird, que tem fama de brava. Na chegada, o engraçadíssimo urso quase se afoga durante o banho e tem de usar o seu chapéu remendado para livrar-se da encrenca. Por sorte ele é salvo por Judy e seu irmão Jonathan, que deixam o banheiro limpinho e evitam uma bronca daquelas. Logo as trapalhadas de Paddington ganham as ruas, quando ele se perde de Judy e da senhora Brown e causa um alvoroço no metrô. Numa saída às compras, ele vai parar no meio de uma vitrine, sempre atraindo os olhares e por vezes os aplausos dos transeuntes. Paddington é mesmo irresistível. 

Totalmente adaptado à sua nova vida, Paddington torna-se o encarregado das compras no mercado e faz amigos aonde quer que vá. O seu amigo mais querido, no entanto, é o dono de um antiquário, o senhor Gruber. A loja de Gruber, sempre cheia de coisas interessantes, enche Paddington de júbilo. Ele passa tardes aprazíveis ao lado amigo, compartilhando bolinhos de passas e tomando chocolate quente. Com o senhor Gruber, Paddington aprende sobre antiguidades e lá vai o nosso trapalhão fazer arte com o quadro do senhor Brown, inscrito para um concurso anual  muito importante. No teatro e na praia, Paddington também apronta das suas, culminando com a noite de seu aniversário, quando resolve fazer mágicas de sumiço justamente com o vizinho mais rabugento de todos. Como diz a senhora Brown ao seu marido, “é bom ter um urso em casa”. Eu concordo. É muito bom ter o urso Paddington aqui em casa :D