Em tempos de vida digital, qual seria a importância de um livro impresso? Um burrinho desavisado, com o computador na mão, não consegue entender porque o seu colega macaco está tão compenetrado na leitura de um objeto aparentemente ultrapassado. 

Diante das respostas mal-humoradas do macaco, que está fascinado com o objeto precioso que tem em mãos, o burro começa a ficar curioso. Ele nunca viu um livro de verdade antes e tem muitas dúvidas: como se desce a página do livro? É um tipo de blog? Cadê o mouse? Ele manda mensagens, tuíta, passa vídeos? 

O macaquinho, vencido pela insistência do burro, finalmente interrompe a leitura e permite que o amigo faça suas próprias descobertas. A história de piratas deixa o burro indeciso, seria preciso realmente tantas palavras para se expressar? E por que uma ilustração tão grande? O burro dá mais uma chance ao tal livro e finalmente é conquistado. Horas se passam e ele se recusa a devolver o livro ao macaco. Mas tudo bem, porque o macaco tem uma biblioteca inteirinha à sua espera. 

Um livro que traz um enorme sorriso aos lábios, mas também nos leva a momentos de reflexão. Da minha parte, reconheço os benefícios da era digital e agradeço a velocidade das informações e notícias que podemos compartilhar com o mundo inteiro, com um simples clique. Morando tão longe da maioria dos familiares e amigos, seria hipocrisia criticar a internet. Mas simplesmente não consigo ler por mais de meia hora na telinha do computador. E ainda não foi inventado nada que substitua a textura de uma página (principalmente de um livro mais antigo), as ilustrações em relevo e, acima de tudo, o cheiro de um livro. Muito obrigada, Lane Smith!