Hoje é aniversário da minha irmã Dani, e eu tenho certeza absoluta de que este é o livro perfeito para celebrar a ocasião. O autor deste livrinho encantador é ninguém menos do que o sensacional-fabuloso-magnífico-genial Tim Burton e ela é fã número um dele. Fã daquela doida mesmo, do tipo que tatua o seu amor por ele e que, contra todo o bom senso do mundo, prefere o Batman interpretado pelo – eca – Michael Keaton. Só porque é dirigido por ele. Apaixonada é pouco. 

Eu já indiquei aqui o filme A Fantástica Fábrica de Chocolate, que é um dos meus preferidos. Agradecerei eternamente a Tim Burton por ter transformado o livro da minha vida num filme perfeito. Foi um sonho que se realizou e eu saí do cinema às lágrimas. Nunca me esquecerei do que ele fez por mim. Tim Burton é assim mesmo, seus filmes são tão inspiradores que marcam completamente as vidas de todos os fãs. Que são centenas de milhares. Não seria exagero dizer que minha irmã é a mais ardorosa deles. Então é óbvio que pensei nela quando vi O triste fim do pequeno menino ostra. Mandei o livro pra ela, lá tão longe, e nem preciso dizer o quanto adorou os poeminhas melancólicos de seu muso. 

Pois é, o livro do dia conta, através da poesia, pequenas histórias de seres extraordinários e bizarríssimos. Como, por exemplo, o Menino Ostra, que dá título ao livro, uma criança metade humano e metade ostra, que nasce exatos nove meses depois dos pais se casarem em alto mar e passarem a lua de mel na Ilha de Capri. A mãe, em meio a deliciosos banquetes de frutos do mar, faz um pedido, e eis que nasce o tal bebê ostra. Horrorizados, os pais rejeitam a criança, que passa seus tristes dias a desconhecer o amor e a amizade. Há também a Menina Trash, com sua “cara suja de carvão e a pele de puro cascão”; o Melão Melancólico, ótimo, eternamente deprimido; e a Rainha Alfineteira, uma daquelas almofadinhas de alfinetes, só que da realeza. A pobrezinha vivia espetando o bumbum quando se sentava no trono. 

São muitos personagens excêntricos e deliciosos, fica até difícil comentar sobre os mais legais. Mas eu tenho o meu preferido e ele é o fofíssimo Menino Múmia. Dizem que ele não nasceu nem rosado, nem fofo (pra mim ele é tudo isso e muito mais), era apenas um bebê múmia que guardava resquícios de uma maldição de faraó. Ele sentia-se abandonado, era muito solitário – como muitas crianças extraordinárias são – até que surgiu o cãozinho múmia, esfarrapado como ele. Começa aí a amizade única que só existe entre um menino e seu cão. O Menino Múmia constrói até uma casinha imitando uma pirâmide do Egito para seu querido cãozinho. Ah, e é claro, eu que adoro super-heróis não poderia deixar de citar o ótimo Menino Mancha, um super-herói de capa e tudo, mas sem nenhum poder especial. Sua única peculiaridade era deixar um rastro de mancha por onde quer que passasse. Espetacular, corram lá para ler. E, mais uma vez: Feliz aniversário, mana! 

Por que este gatinho sorri? Porque é seu aniversário, Dani