Já fazia um bom tempo que a linda, maravilhosa e espetacular Ruth Rocha não aparecia por aqui. Como a saudade bateu forte, escolhemos um livro divertidíssimo que é nada menos do que uma adaptação do clássico Dom Quixote. Totalmente despretensiosa, diga-se de passagem. Aqui, o que interessa é o riso e não o drama, por isso a autora tratou logo de transformar Quixote em Macacote e seu fiel escudeiro virou um porco gorducho que vive a resgatá-lo de confusões. 

Macacote imagina-se um herói – inclusive usa um uniforme especial – , briga o tempo todo e no final das contas, sou obrigada a dizer, ele apanha. Mas, espertalhão que é, julga resolver o problema, confeccionando uma armadura com um montão de panelas velhas. Imaginem só um macaco se locomovendo de armadura, é claro que ele levou um tombo daqueles e teve que desistir da nobre proteção. 

Nosso amigo aventureiro pode parecer maluco, mas o que ele quer mesmo é ajudar os mais fracos, e, especialmente, ganhar o coração da bela Macaqueia. Ele vive a divertí-la com a teoria de que a floresta onde vivem está cheia de perigos. Vai que aparece um elefante, né? Macaqueia ri muito dos papos de seu admirador: “Como assim, elefante? No Brasil não há elefantes!”. Quando Macaqueia cansa de sua falácia, Macacote volta a importunar o amigo Porco Pança. Eles então saem em busca de monstros e Macacote fica todo animado ao avistar um vulto ao longe. Sem dúvida era seu terrível inimigo, o elefante! 

Porco Pança tenta alertá-lo e garante que trata-se de uma roda-d´água. E quem disse que o herói se dá por vencido? Ele investe contra o “elefante” com sua lança de bambu e é arremessado ao longe. Os animais da floresta nem se preocupam em salvá-lo, eles não conseguem parar de rir. O bom porquinho os repreende, mas já é tarde demais, Macacote está com o coração partido. Desta vez, entretanto, ele ouve os conselhos do amigo e começa a fazer mudanças em sua vida. O final feliz chegará para Macacote, com o aprendizado de que um grande amigo e um grande amor são insubstituíveis. Ótimo!