No Dia dos Artistas e Dia da Infância, nada mais perfeito do que contar a história da vida de uma de nossas mais célebres artistas, Tarsila do Amaral (1886-1973). Num misto de ficção e realidade, conhecemos a sobrinha de Tarsila, que ganhou o mesmo nome em sua homenagem. Aos oito anos, a menina herda o anel da tia, um anel lindo, de armação antiga, com um grande brilhante no centro rodeado de brilhantinhos. Ao colocar o anel no dedo, a pequena Tarsila sente algo diferente, a joia não para de emitir um brilho muito intenso. 

Assim começam as aventuras da menina, que é magicamente transportada para a infância da tia, em meio à contação de histórias das babás, aos sabores deliciosos do interior de São Paulo e às brincadeiras típicas da época, como subir nas árvores, catar maracujá, fazer bonecas de mato, andar a cavalo e brincar com seus cães e gatos de estimação. Tarsila era filha de um rico fazendeiro e de uma exímia pianista, e tinha mais cinco irmãos. Ela também amava a música, mas foi numa aula de desenho que descobriu o verdadeiro talento: sua galinha e pintinhos arrancaram elogios de todos. 

No próximo encontro entre tia e sobrinha, a futura artista já está com dezesseis anos. Tarsila estuda em Barcelona e tira as melhores notas, mesmo estudando numa língua desconhecida, o catalão. É neste colégio que Tarsila pinta o seu primeiro quadro, Sagrado Coração de Jesus. Sempre que coloca o anel mágico no dedo, a menina viaja na História. Agora encontramos Tarsila do Amaral em Paris, no ano de 1923. O quadro A Negra deixa boquiaberto o professor de Tarsila, o famoso pintor Fernand Léger. A pequena acompanha a tia ao seu ateliê, onde uma nova mágica acontece: ela entra numa das telas e começa um animado papo com o estranho bicho amarelo Cuca. Simpática, Cuca a convida para um passeio e juntos desfilam por quadros colossais de Tarsila. Eles visitam o Mamoeiro, a Estação de Ferro Central do Brasil, as Palmeiras, o Pescador, o Carnaval em Madureira e a Feira, entre outros. O mais legal de tudo isso é que você passeia com eles, conhecendo as obras de Tarsila e se impressionando com as incríveis formas e cores. 

Eu fiquei empolgadíssima por encontrar a reprodução de um de meus quadros favoritos, Manteau Rouge, um autorretrato que a linda Tarsila pintou depois de ganhar o tal manto vermelho de seu namorado Oswald de Andrade. Vale lembrar que ela arrasou com o manto, na festa em homenagem a Santos Dumont, em Paris. Quem a viu, não pôde esquecê-la jamais. Outros de meus preferidos também dão o ar da graça, como o Lago, a Lua e o deslumbrante Religião Brasileira. Coloque o anel mágico no seu dedo e conheça mais sobre a vida e a obra desta fabulosa mulher do Brasil.