Livro do dia: Drácula

Livro do dia: Drácula

Posted by Kátia

Finalizando a semana especial de Halloween, hoje é celebrado no Ocidente (principalmente seguindo as tradições cristã, mexicana e celta) o Dia dos Mortos. É um dia de homenagem àqueles entes queridos que já se foram, e no México é uma data muito festiva e alegre, pois eles acreditam que os mortos retornam para o seu lar e família, e por causa disso são recebidos com muita música, comida e seus objetos preferidos (leia mais na dica do dia). 

Então, aproveitando a ocasião, resolvi compartilhar um dos meus livros preferidos de adolescência e que conta justamente a história do morto-vivo (ou Não-Morto) mais célebre de todos os tempos: o Conde Drácula. O romance epistolar – narrado através de cartas e diários – foi escrito pelo irlandês Bram Stocker em 1897 e definiu toda a atmosfera do gênero horror. Gerou uma série infinita de adaptações nos mais diversos formatos, e não apenas isso, tornou-se o grande arquétipo para tudo sobre o vampirismo desde então. Utilizando-se ou não elementos do Drácula de Bram Stocker, todo vampiro remete a Drácula – e, diga-se de passagem, nenhum é tão tenebroso e sedutor quanto ele. 

Jonathan Harker é um procurador que viaja à Transilvânia para fechar a venda de um imóvel com um misterioso conde local e a longa viagem que empreende até chegar ao castelo é povoada de acontecimentos tenebrosos de tirar o fôlego. Antes do trajeto final que o levará até Drácula, Jonathan hospeda-se num hotel e, ao descobrirem o destino do jovem, tanto os donos da estalagem quanto os moradores da região reúnem-se e fazem uma simpatia contra mau-olhado. Há lágrimas e súplicas, ele recebe um crucifixo e faz a promessa de manter-se sempre próximo a ele (apesar de seu ceticismo). Pior do que isso: Jonathan viaja na véspera do dia de São Jorge e, “quando o relógio bater meia-noite, todos os espíritos malignos do mundo estarão soltos”.

Na carruagem, mais horrores: um cocheiro fantasmagórico, escuridão, urros selvagens vindo de todas as direções, o sibilar do vento, chamas azuladas brotando do nada, lobos esfomeados com dentes pontiagudos. Tudo piora ainda mais quando Jonathan chega ao decrépito castelo. E então o Conde Drácula entra em cena, com suas mãos frias de morto, trajado de negro, e o pesadelo tem início. Jonathan, aos poucos, vai descobrindo segredos sobre o castelo e seu sórdido senhor e nos relata tudo isso através de seu diário. Os dias e meses avançam e o jovem é mantido prisioneiro no castelo. Ao mesmo tempo vemos crescer o desespero de sua noiva, Mina Murray, que está na Inglaterra e não recebe mais notícias do amado. O livro é narrado por outros personagens importantes, como o Dr. Seward, que é responsável por introduzir uma figura inesquecível, o Dr. Van Helsing. Elegi aqui uma versão juvenil que, apesar de condensar a história, não perde o clima assustador, clima este empregado com tanta genialidade por Bram Stocker que acabou transformando ele próprio num imortal. 

Drácula
Autor: Bram Stocker
Adaptador: Luc Lefort
Ilustrador: Blutch
Editora: Ática
Temas: Histórias de arrepiar; Clássico
Faixa etária: À partir de 12 anos 

Leia também: Como esta é uma data que me emociona muito (pretendo participar de uma festa do Dia dos Mortos no México daqui a alguns anos), selecionei dois livros muitíssimo especiais. Um deles é El Día de los Muertos/The Day of the Dead (Holiday House) no qual seguimos duas crianças que celebram seus ancestrais preparando o pão dos mortos, calaveritas de açúcar e outras comidas religiosas, além da oferenda das tradicionais flores alaranjadas, chamadas de cempasuchitl (ou calêndula), que indicam o caminho para as almas. O outro é o adorável Day of the Dead Crafts (Wiley), com projetos de máscaras e caveiras de papel machê, colares, braceletes e outras joias para usar durante a celebração e a preparação de um altar de oferendas.  

 

Drácula, na concepção do genial artista Edward Gorey

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