Hoje é Dia de São Patrício, ou St. Patrick’s Day, padroeiro da minha amada Irlanda. Quando eu penso num escritor fenomenal que representa muito bem este país, logo imagino Bram Stocker, James Joyce, Bernard Shaw, Beckett, Yeats e até mesmo o queridinho da literatura infantojuvenil Jonathan Swift. Mas o melhor de todos, como já disse anteriormente, o meu muso-mor, é e sempre será Oscar Wilde. Então é claro que hoje teremos mais uma linda obra dele aqui. Mas antes falemos rapidamente sobre São Patrício.

São Patrício (387-461) nasceu no atual País de Gales, na cidade de Banwen, e aos dezesseis anos de idade foi capturado por piratas irlandeses. Conseguiu fugir seis anos depois, retornando à terra natal. Logo começou sua vida religiosa e depois de tornar-se bispo pediu para ser enviado a Irlanda. Fatos curiosos sobre a vida de São Patrício: a ele é atribuída a expulsão de todas as cobras da Irlanda (São Patrício é representado com um cajado, até hoje não existem cobras no país). São Patrício também transformou o trevo de três folhas no símbolo máximo da Irlanda, utilizando-o para explicar a Santíssima Trindade. O Dia de São Patrício é comemorado com longas caminhadas festivas, onde todos os participantes vestem-se de verde. É, possivelmente, o santo mais celebrado ao redor do mundo.

Retornando ao livro do dia, O rouxinol e a rosa é uma fábula que fala sobre amor e sacrifício. Escrito em 1888, é um conto original do livro O príncipe feliz, que o mestre Oscar Wilde dedicou a seus filhos. Um rouxinol que vive a cantar sobre os encantos do Amor reconhece um jovem apaixonado que chora suas dores. O jovem precisa desesperadamente de uma rosa vermelha, para que sua amada concorde em dançar com ele no baile. O jovem sonha com a possibilidade de tê-la nos braços e sentir o toque delicado de suas mãos, mas lamenta a inexistência de uma única rosa vermelha em seu jardim. A rosa vermelha era a condição da exigente moça.

Comovido com a desgraça do jovem, o rouxinol decide ajudá-lo e pede à roseira do jardim que lhe conceda a rosa vermelha em troca de seu belo canto. Mas aquela roseira dava apenas flores brancas. Então, ele procura a irmã da roseira branca, na qual floresciam rosas amarelas. Mais um encontro e ele finalmente encontra a roseira vermelha, que, infelizmente, perdera sua floração por conta do tenebroso inverno, que queimou-lhe todos os brotos. Agora desesperado, o rouxinol se sujeitará ao maior dos sacrifícios porque “o Amor é melhor que a Vida, e o que é o coração de um pássaro comparado com o coração de um homem?" No final, o que importa mesmo é a beleza dos sentimentos verdadeiros. Magnífico. Happy St. Patrick’s Day!!!

Leia também: Para a criançada mergulhar no tema da festa de St. Patrick’s Day, uma boa pedida é Jack and the Leprechaun (Random House Books), no qual o ratinho Jack vai visitar sua família na Irlanda a fim de comemorar o Dia de São Patrício. Ao chegar lá, Jack ajuda nos preparativos e fica ansioso com a possibilidade de encontrar Liam, o leprechaun, um tipo de duende que daria um pote de ouro a quem conseguisse pegá-lo. Divertidíssimo