Sim, o Dia do Folclore já se foi, mas eu continuo em ritmo de festa, hahahaha. Hoje trago para vocês um livro de histórias cantadas, cantigas que inspiraram contos e que foram passados de geração para geração. Neles conhecemos os costumes dos povos manifestados através da dança, da música, de rodas e bailes. O mais legal de tudo é que essas histórias vêm, em sua maioria, da África e de Portugal, ou seja, são a fonte de inspiração do folclore brasileiro. 

A sedução do beija-flor, proveniente da África e muito dançada na Bahia, conta a história de um casamento que quase não se realiza por culpa de um beija-flor brincalhão, que começa a cantar e enfeitiça todos os convidados do casório. Já A gaita milagrosa, de Portugal, fala sobre um músico acusado de danificar propriedade alheia e que tem de provar, perante o juiz, que a culpada é a sua gaita! 

Os sete sapatos da princesa, também do acervo popular português, conta um mistério envolvendo uma princesinha, que toda noite gastava sete pares de sapato! O rei, preocupado, oferece a mão da moça para quem descobrir seu paradeiro noturno (ou a cabeça degolada para quem fracassar, nossa!). Adorei esse conto, porque eu amo dançar e entendo o que é uma noite terminar como num passe de mágica por conta da entrega à dança. Mas nunca gastei sete sapatos de uma vez, já imaginaram que prejuízo? Em O violino mágico, um rapaz generoso ganha de presente um violino que o coloca em várias confusões – mas também o salva no momento oportuno. 

Há ainda uma história sobre a origem do vira-que-vira português, mas pra mim a melhor de todas é A roda dos sons encantados. Na Capoeira de Mamanguape, na Paraíba, acontece um fato estranho: uma grande reunião de veados, em torno de seu líder, forma uma bela roda. Eles são convocados de maneira bela, poética e misteriosa através de sons melodiosos emitidos pelos chifres esgalhados do veado-chefe. Muito lindo!!! Ah, o livro ainda conta com ilustrações rodopiantes dos sempre amigos   Roger Mello e Graça Lima. Depois da leitura só nos resta bailar. Que tal?