Livros de infância moram dentro de um baú de tesouros. Vez por outra eles nos visitam, trazendo de volta todos aqueles bons e puros sentimentos. Já falei da minha edição-relíquia de A Fantástica Fábrica de Chocolate, para mim é o livro que traduz de forma perfeita os meus anos dourados, ao lado de meus pais, irmãos e uma infinidade de bichos e bonecos encantados. Todo mundo tem o seu livro de infância. O Sergião, meu amado, tem alguns. No ano passado falamos sobre um dos marcos de sua vida, O menino do dedo verde (aqui). E como hoje é o 41º dia de seu nome, começamos as comemorações com o clássico A montanha encantada. 

O livro do dia é ambientado logo após a grande aventura de A ilha perdida (mais um dos meus preferidos, aqui) e, apesar de eu me identificar muito com os meninos Eduardo e Henrique, pouco me lembrava desta continuação. Mas lá estou eu, num sebo – para variar – e dou de cara com A montanha encantada. Pensei em meu amor na hora e em seus olhos carinhosos ao recordar o livro de infância. Imaginem a cara dele quando eu lhe entreguei o livro! Só faltou dar uma estrela, hahahaha. Bom, mas vamos à história, porque daqui a pouco é hora de bolo e docinho 

Os meninos continuam a temporada de férias na fazenda de Padrinho e Madrinha ao lado dos primos Oscar, Quico, Cecília, Vera e Lúcia. Numa tarde, a pequena Cecília vê uma luz brilhando no alto da montanha. Ninguém lhe dá muita atenção, acreditam que o sol refletira numa pedra ou coisa do gênero. A menina insiste, mas acaba guardando para suas opiniões para si. Dias depois, à noite, todas as crianças vislumbram a luz pálida azulada a passar e repassar no cume da montanha. Os meninos, ansiosos com a novidade, imaginam mil possibilidades, como habitantes misteriosos na montanha selvagem e uma mina de ouro refletindo sobre a fazenda. Não demoram muito a convecer Padrinho a embarcar numa expedição exploratória. Todas as crianças o acompanham, mais os cachorrinhos Pingo e Pipoca e alguns empregados da fazenda. 

Os primeiros passos da turminha são empolgantes, é impossível não torcer por eles a cada subida íngreme. A busca desenfreada por uma fonte de água pura, os acampamentos improvisados, as delícias preparadas ao redor da fogueira, os estranhos sons noturnos, a beleza da natureza, é como se nós realmente estivéssemos lá, vivenciando cada segundo. Os mistérios se intensificam quando, na segunda noite, Vera é acordada por uma música ao longe. São badaladas de sino, em vários tons, como se a própria montanha estivesse cantando. A chuva forte silencia a montanha e Vera volta a dormir. No final do dia seguinte, o grupo chega ao topo, porém tarde demais para a exploração. Os meninos, agitadíssimos, dormem cedo para o dia logo raiar. 

As meninas – sempre acompanhadas de Pingo e Pipoca - são as primeiras a se levantar. Elas instalam-se numa pedra no ponto mais alto, a fim de contemplar o belo panorama. Quico e Oscar juntam-se a elas. E então, algo inesperado acontece. O rochedo se move e as cinco crianças (e os dois cães, claro!) vão parar num lugar escuro e silencioso. A princípio eles ficam assustados, mas logo uma luz brilha e eles são surpreendidos por um anão de longas barbas brancas. O anão diz que sempre viveu na montanha, e não apenas ele, mas uma comunidade inteira! E assim as crianças conhecem a montanha encantada, com toda a sua riqueza e pobreza – um mundo resplandecente de ouro e pedras preciosas, mas carente de livros, músicas e até da luz do sol. As crianças caem de encanto pela delicada princesa Filó, e com ela trocam impressões sobre seus mundos. Elas são inclusive convidadas para o casamento real! Será que o príncipe permitirá que retornem à superfície? Padrinho conseguirá encontrá-los? Bom, para saber esse e muitos outros detalhes, você terá que se aventurar na montanha encantada também. Para o meu fofinho lindo, um FELIZ ANIVERSÁRIO com muito amor, imaginação, ousadia e incríveis façanhas. Aproveite muuuuito o seu dia. E o seu livro ♥