Hoje é o 59º aniversário do meu amado paizinho Giuseppe, um viva gigantesco para esse homem admirável e criativo que desde sempre preencheu cada pedacinho da minha vida com sonhos - possíveis e impossíveis, o limite era a nossa imaginação, aventuras e grandes traquinagens. Meu parceiro de The Walking Dead, cozinheiro de mão cheia, fabricante dos melhores brinquedos do mundo, fã de kung fu, protetor dos gatos, palmeirense verde e, mais recentemente, grande entusiasta da cultura celta. Eu, que sou louca pela Irlanda e pela mitologia celta, não poderia ficar mais feliz com o interesse dele, por isso não vejo a hora de compartilharmos esse saboroso livro que trata não somente de fadas, mas de bruxas terríveis, heróis e guerreiros irremediavelmente apaixonados, duendes invocados, druidas sábios e mulheres com uma forte ligação com o sobrenatural.

Contos de fadas celtas reúne vinte e seis histórias provenientes da tradição oral celta, que primam pelo fantástico e também pelo conhecimento do mundo natural. Os celtas antigos não tinham uma língua escrita e, na maior parte do tempo, seu conhecimento era transmitido por profissionais treinados – bardos ou druidas – que usavam elaboradas técnicas de memorização. Mesmo assim, algumas inscrições mais antigas e vários textos foram preservados. Há muita sabedoria celta nos relatos dos cronistas cristãos posteriores e nos contos e poemas da literatura medieval. (Fonte: O livro celta da vida e da morte, Ed. Pensamento, 2000).

Aqui o foco está no homem e na mulher simples que precisam superar obstáculos para prosperar – ou apenas sobreviver, no herói que é tocado pelo outro mundo através do amor de uma mulher – e luta para preservar esse sentimento. Há contos para todos os gostos e estilos, começando pelas histórias de princesas. Árvore de prata e árvore de ouro recria o conto da Branca de Neve, no qual uma mãe invejosa – a tal árvore de prata – faz de tudo para se livrar da linda filha (árvore de ouro). Mas, em vez de consultar seu espelho, aqui ela se dirige à “truta do poço”. Já Justa, Morena e Trêmula nos transporta para o reino de Cinderela. Há também histórias de terror, como As mulheres de chifres, onde uma mulher comum recebe a visita de doze bruxas de chifres – a primeira tinha um chifre e a décima segunda, doze. Somente essa imagem já causa arrepios, mas elas fazem pior: tentam escravizar a mulher e seus filhos cozinhando bolos do mal (acreditem, existem bolos do mal!). A única ajuda vem então do espírito do poço.

Mas as minhas histórias prediletas são aquelas dos heróis e sua busca pelo amor. Guleesh fala sobre um jovem que sai em viagem pelo mundo e acaba salvando uma princesa de um casamento forçado. Mas algo sai errado, eles enfurecem os duendes e são enfeitiçados. Já o belíssimo Connla e a donzela encantada traz o relato do amor vivido por Connla do Cabelo de Fogo e uma donzela vinda de um outro mundo no qual não existiam doenças, velhice ou morte. Ele deseja partir com sua amada, mas tem que vencer a resistência do pai, que não quer perdê-lo. Também não poderia deixar de mencionar A história de Deirdre, que fala sobre uma moça que nasceu com uma maldição: sua beleza é tamanha que causa tragédias por onde quer que vá. Mas é claro que ela encontra um homem disposto a lutar por ela, um homem de cabelos cor de corvo. Ai, ai, ai, é muito inspiradora e romântica ♥. Bom, independente de seu gosto, a diversão está garantida. Agora com licença que preciso dar um abraço enorme no meu paizinho. Feliz aniversário, Seu Pepe, te amo muuuuuuito!