Há um ano nascia Anna Midori, a primeira neta, filha e sobrinha, uma criança linda, adorável e bochechuda que transportou a todos de volta aos anos aúreos da infância. Eu, que já sou nostálgica por natureza, reencontrei a mim mesma em cada mechinha preta de cabelo, em cada dedinho da mão, no pé de pãozinho, nos olhos enormes, nas covinhas das bochechas. Ela tem covinhas únicas, as mais lindas do universo. Sim, sou uma titia coruja. Apesar da distância, sigo com ela em meu coração. E quero aprender mais, ler mais - e dar milhares de livros para ela -. ser uma pessoa melhor por ela. Anna é um milagre, o nosso milagre. Enfim, não dá para simplesmente escolher um livro que traduza tudo o que sinto agora, mas é possível eleger a personagem preferida, a criança mais notável e cheia de personalidade da literatura infantil: a porquinha Olivia, claro! Sonho com o dia em que lerei para Anna todas as histórias desta menina tão artística e inteligente. Espero que a inspire para toda a vida.

Como já disse aqui, Olivia é uma série de livros e desenho animado muito, muito querida lá fora: o primeiro volume vendeu mais de 250 mil exemplares no primeiro trimestre nos Estados Unidos, terra natal do autor - aqui temos apenas um quarto livro lançado. É claro que a longa espera sempre vale a pena e Olivia não quer ser princesa é ainda mais hilário e exaltado que os anteriores. Olivia é uma força da natureza: cheia de opiniões, ideias e imaginação. As referências a grandes artistas tornam a série extraordinária, afinal que criança tem como ídolos Maria Callas e Martha Graham? Pois aqui, Olivia faz uma declaração de amor à grande revolucionária da Dança Moderna - com atenção especial para seu famoso solo, Lamentation. Dramática e intensa, assim é também Olivia.

No início da história encontramos uma Olivia arrasada: com crise de identidade, ela reclama que todas as meninas de sua idade querem ser princesas. Ela não aguenta mais vestidos cor-de-rosa, saias de pregas com laços, coroas e varinhas de condão. Ela quer chocar - como Martha Graham - e por isso aparece vestida de javali na festa de Halloween. Todas as meninas estavam vestidas de princesa, claro, e a comoção é geral. E porque só tem princesa cor-de-rosa? Porque não uma princesa da Índia, com um sári deslumbrante e pintura de henna? Ou uma africana com enormes colores, ou ainda uma princesa de quimono? Cá entre nós, sei que a minha Anna japonesinha daria uma magnífica princesa de quimono ♥

Como diz Olivia, há alternativas. Por que  todos querem ser iguais? Na hora de dormir, nada de histórias de princesas. Olivia quer é a história da Chapeuzinho Vermelho, de preferência as "partes em que elas são devoradas", hahahaha. Essa menina é demais. Para mim, não importa se a Anna vai preferir a xará Pavlova ou Martha Graham. Ela pode ser tudo o que desejar: menina pirata, super heroína, lutadora de luta livre, detetive infalível, maga poderosa, estrela do rock, protetora de baleias, campeã de videogame e muito mais. O mundo abre-se em maravilhas para você, meu amor. Feliz aniversário para a minha princesa, ops, para a minha rainha!

Leia também: É claro que a Peppa Pig não tem o charme de Olivia - eu, pouco passional, como sempre  -, mas a Anna adora essa porquinha mal desenhada, hahaha. A Mini Biblioteca Peppa Pig (Ed. Logon) é uma coleçao muito bonitinha com seis livrinhos que formam um quebra-cabeça. Aqui ela reúne com a família para muitas brincadeiras e diversão. Tem desfile de fantasia, esconde-esconde, passeio de bicicleta e um delicioso pequenique. Fofa.