Feliz 459 anos, São Paulo!!! Cidade do meu coração, repleta de amigos queridos e grandes recordações. Bom, se tem um profissional que me conectou com vários cantos desta cidade imensa, esse alguém é o carteiro. E hoje também é dia dele. Lembro-me de minha infância, aqui em Guarulhos, e a ideia fixa de que tudo em São Paulo era colossal (e é mesmo!), como se fosse um outro planeta, onde coisas incríveis aconteciam. Desde cedo, sou muito apaixonada por literatura e cinema, por isso me correspondia com outros adoradores das artes em São Paulo. Fui membro do fã-clube de Elizabeth Taylor (minha diva-mor eternamente) e esperava ansiosamente a chegada das cartinhas, sempre com mensagens carinhosas e fotos recortadas de revistas. Um tempo que infelizmente ficou para trás. Não por minha vontade, claro. Se eu encontrar alguém que ainda queira se corresponder via carta comigo, darei pulos de alegria. Mas aqui as coisas acontecem num outro ritmo, as pessoas mal conseguem se encontrar pessoalmente, o que dirá parar por uma boa hora e escrever uma carta impregnada de amor e saudade? Mas eu me agarro a um fiozinho de esperança, e espero o ano inteiro a chegada de um certo cartão de Natal. Que este ritual jamais se esgote... 

Mas vamos lá, que o papo tá bom demais e eu ainda nem dei os meus parabéns para os carteiros. Profissionais fantásticos, amo vocês!!! Graças a vocês passei tardes inteiras na janela à espera da coleção mensal da Turma da Mônica, assim como a minha cartela de adesivos exclusivos do ursinho Fofo e fantásticos planetas que brilhavam no escuro. O mundo chegou até mim através dos correios, cartas e postais de amigos do mundo inteiro, livros raros, fotos autografadas, desejos de paz, amor e felicidade. É claro que o livro do dia fala da rotina de trabalho de um carteiro, e olha só, ele é o carteiro que veste um impecável uniforme azul e sai pedalando em sua bicicleta para entregar cartas na comarca dos contos de fadas. Não é sensacional? E não pára por aí. O livro é acompanhado por envelopes de cartas no formato das páginas, com cartinhas em seu interior. Ai, que delícia é este livro! 

O carteiro começa o dia entregando uma delicada cartinha de desculpas de Cachinhos Dourados para os Três Ursos. Ela sente muito por ter quebrado a cadeirinha do Ursinho e também por ter tomado todo o mingau. Retrata-se, convidando o pequenino para a sua festa de 08 anos. O carteiro é recebido efusivamente, senta-se com a família e toma chá. Mas logo despede-se e ruma para a floresta, onde encontra a Casa de Pão de Mel da Bruxa Malvada. Ela fica encantada com a oferta de produtos que recebe do Empório da Bruxaria e pensa seriamente em comprar um sapo em pó (basta acrescentar água), uma mistura para torta menino fofo (ingredientes 100% naturais, sem conservantes) ou o bruxedo (serviço de chá que se lava sozinho). Eu fiquei louca de vontade de conhecer essa loja, não deve ser o máximo? Feliz da vida, ela prepara um chá para o carteiro, mas ele o deixa intocado – “porque a cor era sinistra e tinha um fedor danado”. 

Onde quer que vá, o carteiro é recebido com chá e sorrisos. Ele visita o Gigante, que recebe um cartão postal de Joãzinho e acaba até tomando champagne com a Cinderela e seu Príncipe Encantado. Mas quando ele chega à casa do Lobo Mau, a tensão está no ar: a fera recebe uma notificação da Advagos Advogados, dizendo que seria processado por Chapeuzinho Vermelho, (falsidade ideológica - cadê a vovó, seu malvado!) e também por uns certos porquinhos que perderam suas casas. O nosso amigo carteiro trata de correr logo dali, e termina a noite na festa de Cachinhos Dourados, onde lhe entrega um lindo cartão de aniversário. Antes de partir para o seu merecido descanso, é claro que ele come um belo e suculento pedaço de bolo. Porque nem só de chá vive o homem, né! Venha, carteiro, traga-me a abençoada palavra escrita e eu prometo que sempre haverá um cupcake à sua espera. Feliz dia do carteiro para todos vocês! E um abraço de urso em Sampa