Feliz Dia da Biblioteca, iupiiii!!! Para nós, bibliófilos, não há melhor lugar no mundo para “morar” do que numa biblioteca – ou numa livraria, claro. E que tal conhecermos, de uma tacada só, sete (!) das mais incríveis bibliotecas da História da Humanidade? Pois é isso que o maravilhoso livro do dia celebra, as bibliotecas colossais e também as bibliotecas de um homem só. Escrito por Daniela Chindler, o livro apresenta os narradores mais diversificados em ambientes ora hostis, ora selvagens, desconhecidos ou perigosos. São histórias impressionantes de personagens – reais e fictícios - que viveram para os livros. A importância de compartilhar o conhecimento, de levar a arte até os confins do universo. Não há limite para o coração obstinado de um apaixonado por livros.

Começamos a nossa viagem pela Biblioteca de Alexandria, no Egito. A história é narrada por Hipátia, filósofa e primeira mulher a ser reconhecida como matemática. Ela nos conta sobre o tesouro da Biblioteca de Alexandria: sua coleção de rolos de papiro. O papiro (termo do qual a palavra “papel” se origina) é uma espécie de planta aquática abundante nos pântanos do Nilo. Diz-se que essa coleção chegou a contar com um milhão de volumes. Naquele tempo, os livros tinham a forma de um rolo – as folhas de papiro eram coladas umas às outras, formando uma longa tira. O texto era escrito em apenas um lado, na parte interior do rolo. O papiro foi sucedido pelo pergaminho, “folha” feita a partir do couro curtido de animais. Os códices foram os primeiros livros quadrados, montados com folhas de pergaminho individuais. Cleópatra, rainha do Egito, mulher cultíssima, poliglota, lutou para manter a biblioteca de pé. Disputas, batalhas e incêndios passaram por lá, mas a história da biblioteca mais famosa da Antiguidade sobreviveu aos nossos dias. 

A Biblioteca Nacional chegou ao Brasil como um dos bens mais preciosos de D. João VI e a família real. A história é narrada pelo simpático José Joaquim, que consegue um emprego como assistente de bibliotecário e deixa Lisboa, com a esperança de reencontrar o pai em terras tupiniquins. O menino aprende tudo sobre o universo dos livros e aos poucos toma intimidade com cada iluminura e cada letra capitular pintada a ouro. Descobre que o intenso tom vermelho é uma mistura de chumbo e gema de ovo e que a caríssima cor azul é extraída de uma pedra semipreciosa, o lápis-lazúli. Detalhes amorosos que o encantam e o “prendem” ao redor dos livros – ele continua a viver na Biblioteca Nacional mesmo depois de virar fantasma. 

A minha história preferida é a da fascinante Biblioteca Internacional da Juventude, na Alemanha. Narrada por um sapo dos contos de fadas, conhecemos a espetacular Jella Lepman, judia que retorna ao seu país depois da guerra, com a missão de reconstruí-lo e levar a literatura até a última criança necessitada. No início, munida de pouquíssimos exemplares, Jella organiza uma exposição em um ônibus que roda pelas estradas transportando sonhos. Sem se intimidar em nenhum momento, ela escreve cartas para pessoas do mundo inteiro, sempre com o mesmo pedido: livros. Eles chegam aos milhares e a biblioteca precisa ser transferida para um castelo medieval. O quanto isso é fantástico??? 

Há muitas outras histórias para você descobrir, como a da Biblioteca de Basra, no Iraque, mantida a suor e lágrimas por uma corajosa bibliotecária; a Biblioteca do Mindlin, nosso gênio excêntrico que procurou por um livro raro durante 17 anos – e que possuía uma majestosa biblioteca com mais de 45 mil exemplares! A Biblioburro (sobre a qual já falamos aqui) que viaja através da Colômbia montada nos burricos Alfa e Beto. E a moderna Biblioteca Parque da Rocinha, um centro cultural que abriga livros, tvs e computadores. Na realidade, o tamanho não conta. E nem se a biblioteca é particular ou pública. O que vale mesmo é compartilhar sonhos e ideias. Pegue um livro emprestado do seu irmão mais velho. E depois o empreste para o vizinho. Só assim os livros se sentirão felizes e amados. Partilhar é mágico. Let’s celebrate!