Hoje, todos nós amantes dos livros comemoramos uma data pra lá de especial, o Dia Mundial do Livro. O livro, essa entidade capaz de transformar uma vida num simples virar de páginas. Um amigo devotado, companheiro de viagens, cúmplice na arte das travessuras. Esperançoso, acalentador, provocador de lágrimas e de paixões irreversíveis. É justamente o livro - esse objeto precioso que retém dentro de si todo um universo – que vai iluminar a dura existência de nossos dois protagonistas. 

Através de poucas palavras, acompanhamos a jornada da menina e do menino: eles vivem num local pobre, de pouquíssimos recursos, um ferro velho cinzento onde é preciso muita imaginação para se divertir. Mas então encontram o livro de capa vermelha, cintilante, que de cara contrasta com a feiúra da morada dos pequenos. 

Eles elegem a colina mais alta (ou um barraco, quem se importa?), acomodam-se bem e em segundos são transportados para uma floresta – que na realidade são os postes de luz que se proliferam a perder de vista. Para eles, nada mais é encarado como antigamente. Tudo ganhou cor, sabor, aroma, movimento. A menina e o menino conhecem o valor do que têm em mãos. Um barco a vela é carregado pelo vento, no exato momento em que um cão gigante rouba-lhes o tesouro. Tudo bem, sem problemas, eles montam numa galinha veloz que persegue o vilão até os confins do oceano. 

As crianças tornam-se então náufragas, e são obrigadas a viajar numa xícara de chá. É claro que, como todo bom tesouro, eles recuperam o livro nas profundezas do mar. E decidem compartilhá-lo com a vovó, que por sua vez sai montada numa garrafa de refrigerante voadora, rumo a novas e incríveis aventuras. Mais e mais amigos chegam para admirar o tesouro e novas narrativas somam-se aos sonhos de nossos obstinados guerreiros. Feliz Dia Mundial do Livro, ele merece todas as honrarias