Tudo o que se tem comentado sobre Hugo, seja sobre o livro ou o filme é pura verdade. Trata-se de uma obra monumental. Quem teve o privilégio de ler o livro de Brian Selznick antes do filme com certeza ficou arrepiado ao ver as ilustrações do autor transpostas para a telona. Eu quase chorei em determinadas cenas (não vou contar para não estragar as várias surpresas). 

Estamos em Paris, no ano de 1931 e acompanhamos as peripécias de Hugo, menino órfão, faminto, que vive na estação de trem da cidade. Ele herdou do pai a paixão por relógios e mecanismos e agora substitui o tio desaparecido no ofício de relojoeiro da estação. No resto do tempo, Hugo vaga sorrateiramente em busca de comida, com medo de ser encontrado e enviado ao orfanato pelo inspetor. 

Hugo vive de pequenos furtos, um croissant aqui, uma garrafa de leite ali, e também importantes peças da loja de brinquedos, que ele utiliza na reconstrução do autômato de seu pai. Acredita cegamente que a máquina irá lhe revelar alguma mensagem secreta do pai morto. Ele vive para isso. Num dia, Hugo é pego em flagrante e o dono da loja de brinquedos, Georges, descobre que ele tem um caderno com desenhos do autômato e das peças faltantes para o conserto. Consternado, abalado com o conteúdo, Georges rouba o caderno e expulsa Hugo da loja. 

À partir de então, Hugo luta para reaver seu caderno e conta com a ajuda da curiosa Isabelle, afilhada de Georges, menina encantadora, sedenta de aventuras e apaixonada por livros. E, nesta jornada, Hugo acaba descobrindo mais sobre si mesmo e sua personalidade, bem como a necessidade de confiar na boa vontade alheia e fazer novos amigos. Uma declaração de amor não somente à uma época maravilhosa, mas sim aos fazedores de sonhos: relojoeiros, criadores de brinquedos, mágicos, cineastas. Incrível!