Nossa, depois de um belo tempo sem indicações para os menorzinhos, trago hoje um livro que é tão lindo e encantador que eles certamente ficarão hipnotizados por horas. Quiçá você também! A floresta do bicho-preguiça é o primeiro livro pop-up da editora Cosac Naify, que como já cansei de dizer por aqui (e sem receber nenhuma comissão, diga-se de passagem) sempre presenteia os leitores com edições que são puro luxo e beleza. 

Mas vamos lá, porque não foi só por causa disso que elegi o livro. Tenho dois motivos importantes, a saber: o tema da devastação, que merece toda a nossa atenção e combate, e a escolha do protagonista, o bicho-preguiça, que faz parte daqueles animais excêntricos que eu tanto amo - outros textos sobre esses meus animais selvagens queridos você pode encontrar aqui, aqui e aqui. O meu amor pelo bicho-preguiça vem dos meus tempos de criança, quando fui ao Zoológico de Guarulhos como monitora da turma do meu irmão Marcelo (eu sou dois anos mais velha do que ele e fiquei me sentindo a poderosa por cuidar dos pequenos). O zoo era bem pequeno e muitos animais ficavam soltos, interagindo com os visitantes. Um deles era o bicho-preguiça e eu tanto importunei os funcionários do zoo que eles me deixaram pegar o bicho-preguiça no colo. Ele me envolveu com seus braços longos e unhas compridas, foi um dos momentos mais ternos da minha vida. Nunca me esquecerei deste dia, que eu chamo de Dia do Abraço da Preguiça. Esse foi um dos motivos pelos quais criei a personagem Mona. Uma preguiça cheia amor para dar ♥

Bom, mas voltando ao livro do dia, encontramos uma Floresta Amazônica que parece encantada no início. Cheia de cores e animais, ela vai, aos poucos, sendo agredida e mutilada pelo homem. E o bicho-preguiça, cadê? Ele aparece em todas as páginas da história, sempre tentando se esconder e sobreviver à destruição de seu lar. O objetivo é que os pequenos encontrem o bicho-preguiça em meio às dobraduras e recortes das páginas, olha, vou dizer uma coisa, o danadinho consegue se esconder muito bem! A história é simples, com altas doses de tristeza e aquela pontinha de esperança no final, com as sementes brotando do solo fértil.

 É importante ressaltar que a editora teve a preocupação de usar tinta de soja ecológica na impressão dos livros, que também contam com o selo FSC, indicativo de que o papel é proveniente de fontes responsáveis. Ah, e é óbvio ele está lá no fim, o bicho-preguiça, todo faceiro, guerreiro, pronto para recomeçar sua luta pela amada Amazônia. É bem provável que depois de tanto encantamento o bicho-preguiça se torne o seu herói também.