Livro do dia: Sumaúma, mãe das árvores

Livro do dia: Sumaúma, mãe das árvores

Posted by Kátia

Feliz Dia da Árvore com um fabuloso livro escrito e ilustrado por Lynne Cherry, uma eterna apaixonada pela Floresta Amazônica. Na realidade, a obra é quase uma enciclopédia, mostrando inclusive as florestas tropicais do mundo, com a indicação das florestas existentes hoje e a extensão original de cada uma delas. As ilustrações são detalhadíssimas, com todos os bichos que habitam a Amazônia e todos os que moram nas árvores. É incrível admirar o esplendor da copa da sumaúma e os animais que vivem em cada uma de suas camadas. Há a camada emergente, a mais alta, na qual vivem a arara-vermelha e o tucano; dossel (preguiça, sagui de bigode, macaco-barrigudo, jiboia, periquito, perereca, etc); camada intermediária (iguana, tamanduá-mirim, mico-de-cheiro, borboleta, etc); camada arbustiva (galo-da-serra, borboletas, quati, saí-azul-de-pernas-vermelhas, beija-flor-de-cauda-roxa, papagaio) e camada herbácea (jaguatirica, anta, tamanduá-bandeira). 

Bem, vamos à história. Dois homens entram na floresta. Momentos antes, a mata estava viva e barulhenta, mas de repente tudo fica quieto. Os bichos olham os homens sem saber o que fazem ali. Um deles aponta para a enorme sumaúma e vai embora. O outro segura firme no cabo do machado e começa a bater no tronco da árvore. Em pouco tempo ele fica exausto, a madeira é dura demais. O calor e o zumbido da floresta, como numa canção de ninar, deixam o homem sonolento. Ele adormece. 

Os animais que vivem na sumaúma sussurram em seu ouvido, versando sobre a magnificência da árvore. A jiboia diz que a sumaúma é a casa de seus antepassados, uma planta milagrosa. “Não corte esta árvore”.  A abelha fala sobre a sua colmeia na árvore e sobre como todas as coisas vivas dependem umas das outras. Os macacos criticam a ganância dos homens: primeiro cortam uma árvore, depois mais uma e mais uma. As raízes acabam secando e morrendo e aí não sobra nada para segurar a terra em seu lugar. Na época das chuvas, as águas carregam o solo embora. A floresta vai virar um deserto. 

A perereca discursa sobre as vidas que serão arruinadas. Muitos ficarão sem casa se o homem cortar a sumaúma. Já os ouriços indagam: “Sabe que tanto os bichos como os humanos precisam de oxigênio para viver?” O tamanduá conversa com o homem, dizendo que ele não pensa nos próprios filhos, que viverão num mundo sem árvores. O fofo do bicho-preguiça emenda: “Moço, sabe quanto vale a beleza? Dá para viver sem ela? Se você destruir a beleza da floresta tropical, para onde vai toda essa festa para os olhos?” No final, o indiozinho ianomâmi também faz seu apelo e pede para o homem despertar e enxergar a floresta com novos olhos. A ilustração final, de página inteira, mostra como todos aqueles animais são raros e maravilhosos. O homem, finalmente acordado, os contempla e joga o machado fora. Ele vai embora e todos nós esperamos que tenha aprendido a lição. Que ele cuide da floresta e ensine seus filhos a respeitar todas as formas de vida que nela vivem. Compartilhe esses ensinamentos você também. E mais um ‘viva’ para as nossas amadas árvores! 

Sumaúma, mãe das árvores
Autora/ilustradora: Lynne Cherry
Editora: FTD
Temas: Natureza; Amor
Faixa etária: A partir de 04 anos 

Assista também: Da mesma forma que os animais protegem a sumaúma, Crysta e seus amigos precisam salvar sua floresta de uma ambiciosa empresa madeireira. Esta é a história da animação FernGully – As Aventuras de Zack e Crysta na Floresta Tropical (FernGully – The Last Rainforest, 1992), que ainda conta com a voz do sempre ótimo Tim Curry como o vilão Hexxus. E trilha sonora do mestre Alan Silvestri. Imperdível!

Uma linda árvore antiga toca uma melodia para o seu dia [ilustração de faboarts]
faboarts-tree.jpg