Livro do dia: O navio fantasma

Livro do dia: O navio fantasma

Posted by Kátia

Eu sempre fico tããão animada quanto o assunto é história de terror! Sou fã incondicional do tema, ainda mais de um clássico como este, publicado em 1826 e que ainda por cima presta uma homenagem a um de meus grandes heróis, o aventureiro Simbad. E se eu costumo amar os contos de piratas, posso dizer que amo duplamente O navio fantasma, afinal um navio tripulado por espíritos piratas é ainda mais emocionante – e aterrorizante, claro. 

Um jovem de dezoito anos, único herdeiro de um precavido e nada audacioso comerciante, lança-se ao mar acompanhado de Ibrahim, o mais fiel dos empregados do pai. Eles embarcam no porto de Balsora, Mesopotâmia (atual Iraque), com destino à India. Depois de uma viagem tranquila de mais de quinze dias, a embarcação depara-se com uma tempestade iminente. Pior ainda, eles encontram um navio de mau agouro e tudo o que o capitão diz é: “Ali viaja a morte”. 

Dito e feito, o navio do nosso jovem intrépido naufraga e ele consegue salvar-se graças aos esforços do bom Ibrahim. Depois de um tempo à deriva, eles são surpreendidos novamente pela nau maldita. Sem outra opção, sobem a bordo e o que eles encontram por lá são cenas do mais puro horror. Tábuas manchadas de sangue, cadáveres espalhados pelo convés e o capitão pregado ao mastro, com uma expressão vazia, pálida, desfigurada. Os aventureiros tentam remover os corpos de lugar, mas como por encanto eles não se movem. No interior do navio encontram tesouros e comida, mas a alegria é momentânea: eles teriam que permanecer na embarcação ao lado de todos aqueles corpos. 

É claro que o pior ainda estava por vir. O garoto faz a ronda noturna, mas logo adormece e custa a despertar do pesadelo. Vozes e passos ressoam por todo o navio, mas ele está paralisado. Tenta mover-se, mas uma força invisível prende seus pés. Não consegue abrir os olhos ou gritar por ajuda. As vozes intensificam-se, há gritos, ruídos de cordas, velas e espadas tilintando. O jovem desperta do pesadelo com o sol a queimar-lhe o rosto, e Ibrahim revela que o mesmo lhe ocorreu. O navio também não avança por causa da maldição, e eles terão que recorrer a um encantamento dos antepassados de Ibrahim para sair desta enrascada. Mas, afinal, qual é a sina do navio e de sua infeliz tripulação? Este é um mistério delicioso que você descobrirá por conta própria. Boa viagem. E não se esqueça do bote salva-vidas!!! 

O navio fantasma
Autor: Wilhelm Hauff
Ilustrador: Michele Iacocca
Editora: Global
Temas: Histórias de arrepiar, Clássico
Faixa etária: À partir de 10 anos 

Leia também: Brevemente citado no livro, o também clássico poema A Balada do Velho Marinheiro (Ateliê Editorial), escrito em 1799 pelo grande Coleridge, conta as aventuras sobrenaturais de um velho marujo que, após matar um albatroz, assiste à morte de todos os membros da tripulação, um após o outro. Fenomenal!

Um marujo fantasma tocando banjo, ilustração maluca e genial de Derek Nobbs
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