A água tem cor? Tem sim, e são várias as suas sutilezas. Ela pode apresentar tons de azul marinho, ou branco, vermelho ou cor de terra. Aliás, a autora do livro do dia, Janaina Tokitaka, conta que teve a ideia para essa história depois de observar duas crianças desenhando e conversando sobre a provável cor da água. Uma dizia que água não tem cor e a outra afirmava que sim, que era aquela cor “azul meio verde”, o verde água. E se você, como a autora (e eu também!), gosta de observar a água em suas várias formas, certamente irá concordar que ela possui múltiplas cores, como uma aquarela. 

Aqui, somos convidados a um belo passeio através das cores e da poesia. A água e sua infinitude, e, claro, muitas e belas pinceladas de aquarela. Uma menininha brinca com a água da mangueira ao sol, e o que vemos são respingos da cor do arco-íris. A água de um lago, como pode ser? Clara ou escura, límpida ou misteriosa. As cores vão se combinando e formando uma sinfonia. 

O oceano, por sua vez, tem um azul denso e profundo. Mas também pode refletir a bela cor dourada da areia. Ou o negro impenetrável das zonas abissais. O mar é azul turquesa, mas no final da tarde, com o pôr do sol, ganha um magnífico tom avermelhado. E o branco da neve que, de tão branco, às vezes parece violeta? 

Um cubinho de gelo visto bem perto da luz pode esconder um cristal em seu interior. E o gigante iceberg, sempre em rumo do desconhecido, deixa o mar com inveja, com sua variedade de cores e sons. Já a água da cachoeira é transparente e cristalina e uma bolha de sabão pode conter todas as cores de um céu na madrugada. Eu sinceramente não sei dizer se aprecio mais o texto ou as ilustrações, é um casamento tão perfeito que emociona de verdade. E já que esses últimos dias estão completamente tempestuosos, que tal observar através da janela (de um sofá bem quentinho, de preferência) e depois me contar quantas cores você encontrou na água da chuva?