Eu pensei em esperar até o Dia da Poesia para falar sobre o grande Mario Quintana, mas Lili inventa o mundo é um livro tão precioso e querido que não pude resistir. Quintana sabia das coisas, afinal o que seria mais importante do que contemplar a natureza e as coisas simples e fantásticas que acontecem todos os dias ao nosso redor? Nessa coleção não linear de pensamentos poéticos (afinal quem se importa com o tempo quando se tem tanta beleza para apreciar?), somos apresentados a menina Lili, encantada com a vida nas suas mais diversas formas.  

A pequena Lili, que imagina ser uma princesa, tem um mundo particular, no qual seu avião transforma-se em trem que num túnel depara-se com bandidos. Levada para a cama no meio da brincadeira, ela dorme e acorda sonhando. Passa os dias a observar a natureza, encontra nomes e atribui tarefas a cada ser que lhe cruza o caminho. Pode ser o cachorro, o gato, o grilo ou até as pulgas, a seus olhos tudo é fascinante. Assim como o avô, que está bem velhinho, Lili vive o aqui e agora. 

Pela janela da sala de aula, Lili admira o azul do céu, tão irresistível, que parece convidá-la para uma brincadeira sem fim enroscada nas nuvens. Os livros, as hortênsias, os sapos, as laranjas de umbigo, tudo tem um significado especial para esta menina que acabou de fazer sete anos e exibe um lindo e sincero sorriso desdentado. Tão adorável que não dá para parar de ler. Lindo, amo Mario Quintana!!!