Amanhã é Dia de São Patrício e já falamos sobre a data anteriormente aqui. Quem me conhece sabe o quanto amo a Irlanda e, depois que conheci a Noruega (meu sonho desde a infância), é o lugar encantado que eu mais desejo visitar. Tipo enlouquecidamente. Sendo assim, hoje vamos conhecer uma famosa fera irlandesa e, claro, o seu autor, Chris Judge. Ele é um cara muito legal que por vezes escreve ou ilustra livros sensacionais sobre ogros, vikings e homens de lata, vive na maravilhosa Dublin e, claro, como todo bom irlandês ostenta uma bela barba ruiva. 

Lá fora a fera é tão amada que já ganhou mais dois livros – The Brave Beast e The Snow Beast, a ser lançado no segundo semestre deste ano. Por enquanto temos apenas A Fera Solitária em edição brasileira, mas já torcemos pelos futuros lançamentos. Você sabia que as feras são muito raras? Pois é, elas são tão raras que existe apenas uma para cada país, impossibilitando a amizade e a união entre a espécie. Essa é a história de uma fera cansada da solidão, que decidiu empreender uma jornada em busca de companheiros. Não que fosse triste ou algo assim, ela até que vivia bem cuidando de seu jardim, tomando um chá, lendo um livro (ferinha esperta!) e assando bolos – para depois devorá-los, nhac! Mas faltava algo importante: um amigo de verdade. 

Então a fera se põe a caminho, um longo caminho repleto de descobertas e emoções. Ela desce ribanceiras, pula de cachoeiras, atravessa cavernas e rios perigosos, cruza o mar em companhia de gaivotas, golfinhos, tartarugas, polvos, águas-vivas e até pega carona com uma simpática baleia. Ela anda e anda e anda, até chegar a uma cidade, onde logo faz amizade com os habitantes – todos humanos. Das feras ela não vê nem a sombra. A tranquila e gigantesca fera, com seus pelos negros e cintilantes olhos amarelos decide passar um tempo no parque da cidade, onde cultiva um jardim tão belo quanto o seu próprio. As pessoas a visitam o tempo todo. Ainda assim, ela sente falta das outras feras. 

Cansada de esperar, ela vai às rádios, à tv e aos jornais e fala de sua procura por outras feras. O mundo inteiro comenta, a fera vira notícia em todos os canais. Mas nada das feras. Aos poucos ela começa a sentir saudades de seu vasto jardim e das pequenas sutilezas de sua vida, como a caminhada na neve, a conversa dos passarinhos e seus livros preferidos (eu imagino que ela tenha sentido MUITO a falta deles!). Numa bela noite, enquanto os habitantes da cidade dormem ela se despede silenciosamente e ruma para casa. Será uma longa viagem de volta com algumas surpresas no final. Delicado e poderoso, que venham muitos livros da coleção pela frente.