Livro do dia: Cidade dos deitados

Livro do dia: Cidade dos deitados

Posted by Kátia

Nossa, essa semana de Halloween/Dia dos Mortos rendeu. E como! Hoje trago mais um livro dessa leva, o ótimo e brasileiríssimo Cidade dos Deitados. Esse título, aliás, faz parte de uma coleção incrível que conta um pouco sobre a história de São Paulo através de seus famosos cartões-postais. Claro que o de hoje só podia ser o Cemitério da Consolação! 

Bom, vamos lá. Uma jovem entediada abandona uma festa chata e o pneu do seu carro estoura bem na frente do cemitério. Putz, que azar! Mas a menina não tem medo de assombração, pois conviveu desde cedo com a tia Marina, frequentadora assídua de velórios que lhe dizia sempre: “medo a gente só deve ter dos vivos, pois quem morreu, morto ficará.” Logo a garota começa a ouvir Pet Sematary, dos Ramones (uhuuuuuuuuuu!) e começa achar que aquilo sim era uma festa. Os punks passam batido e quem vem socorrê-la é o simpático coveiro. Quer dizer, ele iria socorrê-la assim que terminasse um servicinho. 

O coveiro conta para a moça algumas histórias de terror ocorridas no cemitério, como por exemplo a do falecido que teve como último desejo uma estátua em tamanho natural da esposa, que foi colocada sobre seu túmulo. A viúva acabou despertando a paixão do escultor e desde então o morto gemia de ódio, certas noites, em alto e bom som. As histórias são interrompidas por três bruxas, de roupa preta e véu no rosto. Elas faziam todo o tipo de despacho, feitiço, amarração e o coveiro contava, todo medroso, que se tornaram ricas por causa disso. 

Enquanto aguarda que o coveiro arrume seu pneu, a jovem vai até a lanchonete do cemitério, onde encontra um rabino que toma café com um padre que conversa com um monge budista. Conhece também uma velhinha, doce e meiga, que frequentava o cemitério para que os mortos não se sentissem solitários e esquecidos. E ainda uma nissei pacífica que gostava de ouvir new age no cemitério. As horas vão passando e a nossa jovem continua encontrando os tipos mais excêntricos que você pode imaginar. E nada do coveiro voltar! Uma história divertidíssima ambientada num dos complexos arquitetônicos mais sensacionais da cidade de São Paulo. Ah, e o livro ainda acompanha um libreto, com informações sobre cemitérios do Brasil e do mundo, além de dicas de filmes e literatura de terror. Totalmente excelente! 

Cidade dos deitados
Autora: Heloísa Prieto
Ilustradora: Elizabeth Tognato
Editora: Cosac Naify
Tema: Histórias de arrepiar
Faixa etária: À partir de 12 anos

Assista também: Olha, eu bem que queria indicar o filme Pet Sematary com a trilha sonora dos Ramones, mas pra ninguém me acusar de horror freak, recomendo um curta engraçadíssimo, livremente inspirado no clássico absoluto do cinema de horror – e que me transformou numa fã incondicional de zumbis. Night of The Living Bread (1990) substitui os zumbis por pãezinhos assassinos e, se você não tomar cuidado, pode te matar de tanto rir! 

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