Livro do dia: Se eu fosse um livro

Livro do dia: Se eu fosse um livro

Posted by Kátia

Feliz Dia da Biblioteca!!! Nas comemorações anteriores falamos sobre o motivo de amarmos bibliotecas (aqui), uma biblioteca mágica (aqui) e também sobre as famosas bibliotecas da história mundial (aqui), como a Biblioteca de Alexandria, a Biblioteca Nacional, a Biblioteca Internacional da Juventude, a Biblioteca de José Mindlin e a Biblioburro. Hoje falaremos sobre a entidade livro. Afinal, quais seriam as suas expectativas se você fosse um livro? As possibilidades são muitas, mas o livro do dia se propõe a explorar algumas delas. 

Um livro esquecido num banco – propositalmente ou não – aguarda ansiosamente a chegada de um novo leitor que o leve para casa e mergulhe em sua história. Um livro quer dividir os seus segredos mais profundos e por isso se abre e oferece uma escadaria para te levar ao desconhecido. Um livro infantil certamente vai querer um lugar reservado num quarto de criança. Eles serão melhores amigos, e o livro será tão manuseado que suas palavras perderão a cor, suas ilustrações ficarão um tanto amassadas e é bem provável que ele perca uma página ou duas. E o livro se sentirá muito amado por conta disso. 

Aliás, todos os livros pedem para ser lidos e relidos. Um livro não é um enfeite para ficar apenas na estante. Pelo contrário, ele não se importa de ir para a cama, o sofá, a mesa da cozinha e nem para o banheiro. E não liga nem um pouco se tomar um tombo de vez em quando. Mas não vá você querer enganá-lo e dar aquela espiadinha no final. É certo que ele sabe de cor todas as histórias que moram em suas páginas, mas não cometa a gafe de perguntar a identidade do ladrão misterioso. Ele não vai te contar. Seja paciente, depois de 500 páginas você vai descobrir quem é o tal. 

E pode ter certeza de que, quando chegar lá na última página vai bater aquela saudade e você vai ficar triste com a brusca separação de seu amigo livro. Nunca tenha pressa de ler a palavra “fim”. Um livro também não vai querer ser lido só por moda ou obrigação. Ele merece curiosidade e paixão, porque é como um objeto sagrado que choca e emociona. Um livro detesta palavras como “proibido” ou “censura”, mas gostaria muito de proibir a palavra “ignorância”. Ele também tem um medo profundo, o medo de ser esquecido. Porque um livro é o que torna as pessoas livres. E se crescer, e crescer sem limites, e continuar a inspirar pessoas, ele bem que pode se transformar numa biblioteca. Um livro quer ter a honra de ouvir “esse livro mudou a minha vida”. Eu poderia citar dezenas deles, mas para não me estender demais vou escolher apenas um que ilustra perfeitamente esse cenário: Fahrenheit 451, de Ray Bradbury. Um livro sobre livros (que certamente renderá um longo post no futuro). Como você já deve ter percebido, o ciclo se renova ad infinitum para quem é apaixonado por livros. E qual é o livro da sua vida? Compartilhe-o conosco e com mundo ♥ 

Se eu fosse um livro
Autor: José Jorge Letria
Ilustrador: André Letria
Editora: Globo
Tema: Livros
Faixa etária: À partir de 07 anos 
 
Leia também: Ludi, também conhecida como Marquesa dos Bigodes de Chocolate, vive aventuras através do tempo e da história do Brasil ao lado de sua família, os Manso. Em Ludi e os Fantasmas da Biblioteca Nacional (Editora Manati) eles investigam um mistério assombroso e tentam a todo custo proteger um tesouro guardado na mais antiga e excepcional biblioteca do Brasil. Uma coleção imperdível.

Tão apetitosa quanto uma vitrine de confeitaria [Imagem: Acervo da New York Public Library]
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